AS FORÇAS DE PAZ DE TIMOR LESTE |
RESUMO
Ano/Período
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Operação
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Efetivo
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Descrição
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Jun 99 – Abr 00
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UNAMET
(Timor Leste)
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7
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O
Brasil participou com oficiais de ligação na Missão das Nações Unidas no
Timor Leste (UNAMET).
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Set 99 – Out 99
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INTERFET
(Timor Leste)
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51
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Out 99 – Mai 00
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UNTAET
(Timor Leste)
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349
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A
Administração Transitória das Nações Unidas no Timor Leste (UNTAET) foi
criada em outubro de 1999. A participação do Exército Brasileiro foi
representada com observadores militares, pessoal de Estado-Maior e um
pelotão de Polícia do Exército com 51 militares (posteriormente foi
aumentado para 70).
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Timor Leste
Em Timor Leste, a ONU foi chamada a intervir em finais de 1999, a fim de orientar os Timorenses no processo que conduziria à soberania, na
seqüência da violência e devastação que se seguiu ao referendo sobre a integração na Indonésia realizado sob a
direção da ONU. A Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET) desenvolveu as suas operações no quadro de um mandato multidimensional que a incumbia de garantir a segurança e manter a ordem pública enquanto trabalhava com os Timorenses no sentido de criar as bases da governação democrática. A ONU estabeleceu uma administração eficaz, permitiu o regresso dos refugiados, ajudou a criar serviços civis e sociais, assegurou a assistência humanitária, prestou apoio ao nível do reforço de capacidades tendo em vista uma governação
autônoma e ajudou a criar as condições necessárias ao desenvolvimento sustentável.
Após a independência, a ONU tem mantido uma operação de manutenção da paz em Timor Leste (a Missão das Nações Unidas em Timor Leste, UNMISET) a fim de prestar assistência ao nível da criação de estruturas administrativas, do desenvolvimento dos serviços policiais e da manutenção da segurança.
Missão de paz em Timor Leste
Em 19 de maio de 2002, a
República Democrática do Timor Leste se tornou um Estado Independente.
Após séculos sob o domínio colonial de Portugal, o Timor Leste
proclamou a sua independência em dezembro de 1975; porém apenas uma semana
depois foi invadido pelo exército da Indonésia. Foram, então, mais 24 anos de
luta, agora contra o domínio indonésio, e um saldo de aproximadamente um terço
da população timorense morta.
Com a invasão, surgiram focos de resistência em várias cidades
timorenses, que formaram uma força para-militar armada e uniformizada,
denominada FALINTIL, tendo como um de seus comandantes Xanana Gusmão, atual
presidente do país. Somente em 30 de agosto de
1999, a Indonésia, cedendo à
pressão internacional, realizou em Timor Leste um referendo em que quase 80% dos
timorenses se manifestaram favoráveis à separação da Indonésia.
Em resposta ao resultado da votação popular, grupos de
milícias, contando com o apoio de autoridades indonésias contrárias à separação,
empreenderam uma campanha de incêndio, pilhagem e violência que devastou
completamente o território, só tendo cessado após a intervenção armada de uma
força internacional. Por conta da campanha de destruição, praticamente toda
infra-estrutura do país foi assolada e as cidades incendiadas.
Assim, um governo transitório da ONU assumiu o Timor Leste, em
1999, estabelecendo ali uma Missão de Paz intitulada UNTAET – United Nations
Transitional Administration in East Timor. Esse governo, ao assumir a
responsabilidade sobre o território, dotou o país de uma estrutura mínima que
lhe permitisse administrá-lo, tendo atribuído a CivPol (Polícia Civil
Internacional) a responsabilidade pela segurança pública. Policiais
internacionais de diferentes nações fizeram parte do efetivo da CivPol. O Brasil
começou a enviar contingentes militares para o Timor no mesmo ano.
Em 2000, cinco policiais da PMERJ foram enviados para a UNTAET,
sendo eles: Majores Henrique Lima
de Castro
Saraiva, José Vieira de Carvalho
Júnior, Cid
Rodrigues Tavares, Sergio do Carmo
Schalioni e
Roberto Bandeira
de Mello.
Cada Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro exerceu
diversas atividades dentro da missão UNTAET. Ao Major Lima Castro fora
conferido, dentre outros, o cargo de Comandante da Polícia Civil Internacional
da ONU, a mais importante função dentro da CivPol e a quarta na hierarquia da
UNTAET, onde o oficial ficou responsável diretamente por 1450 policiais de 46
países e 1300 policiais timorenses. O Major Schalioni foi lotado na capital do
país, Dili, tornando-se chefe da CPU (Community Policing Unit), sendo
responsável pela implantação de um policiamento comunitário denominado “Koban
System”, além de ter dado instruções de ética e tiro no Police College (Academia
de Formação dos Policiais Timorenses).
O papel desempenhado pelo contingente de oficiais da PMERJ foi
de fundamental importância para o êxito da missão. Os esforços feitos pelos
nossos policiais, ao enfrentarem as muitas dificuldades existentes na
reconstrução de um país tão debilitado, acabaram por se traduzir na primeira
nação a se tornar independente e democrática no século XXI.
Assim, em 2002, nasceu a República Democrática do Timor Leste
e a Força de Paz da ONU pôde então retirar a sua bandeira do território e em seu
lugar, diante de milhões de pessoas, entre gritos de alegria, a bandeira preta,
vermelha e amarela do Timor Leste foi içada ao som do novo hino nacional do país.
de Theodoro da Silva Junior
<theojr@terra.com.br>
data 08/07/2008 23:03
assunto FORÇAS DE PAZ da ONU